19 de agosto de 2022 – 200 anos da vista de Dom Pedro I na cidade de Guaratinguetá

19 DE AGOSTO DE 2022 – 200 ANOS DA VISITA DE DOM PEDRO I NA CIDADE DE GUARATINGUETÁ.

Hoje é comemorado uma das grandes datas comemorativas da nossa cidade. Nesse dia, no ano de 1822 o príncipe regente Dom Pedro vem até Guaratinguetá, aqui pousa até o dia seguinte (Dia 20 de Agosto) e prossegue para a sua jornada rumo a Independência do Brasil.
Guaratinguetá era uma cidade era de relevância estratégica para o processo de independência, e o príncipe sabia desse fato, sendo que primeiramente passara por Lorena, onde já tinha acertado com autoridades locais sobre a questão política do presente momento e o próximo passo seria Guaratinguetá. Ao chegar em Guaratinguetá foi recebido pelo Capitão Mor Manuel José de Mello, importante e central figura da cidade, sendo que o Capitão recebeu o Príncipe para jantar em sua casa, e pernoitar nela, pois no dia seguinte ele alcançaria Aparecida, onde visitaria a Igreja de Nossa Senhora de Aparecida. A visita do Príncipe não foi um ato simples, teve toda uma preparação, como pode ser comprovada pelo ofício emitido pela Câmara Municipal de Guaratinguetá no dia 17 de agosto de 1822:
“nella se mandou ao Professor Francisco de Paula Ferreira com hum officio da MMA. Câmara a cumprimentar a sua alteza Real em a Villa de Lorena: nella se passou um edital para o povo desta Villa cuidar em preparar suas testadas e promptificar as ruas e por illuminação na noite em aqui pernoitar o Príncipe”

No dia 19 de agosto se deu a chegada da comitiva real, e ela foi instalada na casa do Capitão-Mor. Além de autoridade, Manuel era um homem rico, sendo que o serviço para o príncipe era de um jantar em uma baixela de ouro, e talheres de prata, recebendo um elogio do príncipe no qual respondeu: “Rei Senhor, as posses dão”. Nesse momento era apresentado a personalidades locais, onde cumpriu a mesma agenda de Lorena: alinhar o auxílio de Guaratinguetá a causa da nossa Independência. Nesse ínterim o seu regimento de guarda era aumentado (o capitão Mor Manuel, José Monteiro dos Santos e Custódio Leme Barbosa), além dos animais descansarem também para a continuidade da viagem. Nesse dia 19 ele alinha com o Cônego de Taubaté a adesão de Taubaté à causa da Independência. A casa onde era a moradia do capitão-mor deu lugar ao “Hotel Lusitano”. Em 1900 foi demolida pelo arquiteto Agostinho Del Mônaco, onde ergue outra casa no lugar que será a sede da Associação dos Empregados do Comércio, e posteriormente, a sede da ACEG, que mantém caprichosamente o casarão até o presente momento.

LEANDRO PEREIRA DOS SANTOS, HISTORIADOR, MTE 000275/SP

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