Dia Municipal do Soldado Constitucionalista

Hoje é celebrado o Dia Municipal do Soldado Constitucionalista, ou Dia da Juventude Constitucionalista. Essa data é de suma importância para a história
do Estado de São Paulo, e consequentemente para a história de Guaratinguetá, pois a cidade teve participação ativa no conflito a partir do dia 11 de julho, quando
12 guaratinguetaenses deram apoio a resistência de Cunha e depois com a instalação da Casa do Soldado Constitucionalista (prédio que hoje abriga a ACEG) e outras entidades que firam de suma importância para o conflito.


A conjuntura política e econômica do final da década de 20 (crise de 1929 oriunda pela quebra da Bolsa de Nova York) e do início da década da década de
30 (Revolução de 1930 que derrubou o presidente Washington Luiz, o último da República do Café com Leite) levaram a instabilidade política no Estado de São
Paulo e no Brasil. A constituição de 1891 tinha sido revogada e o presidente Getúlio Vargas governava através de decretos, se declarando Chefe do Governo
Provisório). O Estado de São Paulo, assim como os outros começaram a ser governados por Interventores Federais nomeados pelo próprio presidente, que
utilizavam pessoas de sua confiança. Em São Paulo os interventores que se seguiam não correspondiam aos anseios políticos e econômicos da população,
que já se mobilizava contra o Governo Federal, sendo que em 1932 o descontentamento somente aumentava, se tornando insustentável depois que o
presidente nomeia o Interventor João Alberto, que não era paulista (era da Paraíba). A população estava totalmente insatisfeita, e marcaram um grande
protesto na Praça da República no dia da visita do Ministro de Viação e Obras Públicas.

Em 23 de uma grande leva de populares decide invadir a sede do
Partido Popular Paulista e depois que chegaram a Praça da República foram recebidos a tiros pela Polícia Especial, que fazia a guarda do Ministro. No meio
do tiroteio várias pessoas se feriram ou morreram, mas em especial quatro pessoas: Mário Martins de Almeida, Euclides Miragaia, Dráuzio Marcondes de
Sousa, que na época tinha 14 anos. Essas quatro pessoas deram o seu nome ao movimento que viria gerenciar a Revolução Constitucionalista de 1932: o
MMDC, que seria em primeiro momento uma organização carbonária e que foi, posteriormente, regulamentada pelo governador Pedro de Toledo. O dia 23 de maio foi o estopim para iniciar a organização da sociedade paulista para a Revolução propriamente dito, pois agora a organização
gerenciaria toda a estrutura para que a Revolução pudesse acontecer. A juventude constitucionalista é o retrato do Soldado Constitucionalista, que é o
retrato do povo de São Paulo. Em 1962 o governador Carvalho Pinto cria a lei que regulamenta o dia como data cívica do Estado de São Paulo. Em
Guaratinguetá essa data conta em calendário oficial de eventos desde o dia 10 de setembro de 2019, quando o Núcleo MMDC Heróis de Guaratinguetá, hoje
Sociedade Heróis Desconhecidos.


Autor: Professor e Historiador Militar Leandro Pereira dos Santos

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